A sexta começa com uma boa notícia: os índios Waimiri-Atroari liberaram o Linhão de Tucuruí para Roraima. Foram anos de conversa e negociações para chegar nesse acordo. A decisão da comunidade é, portanto, uma esperança para Roraima.
A reunião que resultou no acordo, teve a participação da Funai e do Ministério Público Federal, bem como da empresa que vai fazer a obra. Como resultado, os índios concordaram em liberar a obra do Linhão de Tucuruí para Roraima.
Contudo, o acordo lista 37 condições feitas pelos índios. Por isso, o presidente do MDB de Roraima, Romero Jucá fez um apelo. Ele pediu ao Governo Federal que atenda a essas condições.
“Essa obra era para estar pronta em 2016. No entanto, parou com as questões ambientais e indígenas. E esse acordo é a esperança de que finalmente, a obra vai avançar. Por isso, peço a União que dê a atenção a esse acordo”.
Linhão de Tucuruí para Roraima
Romero Jucá é o maior defensor da obra do Linhão de Tucuruí. Em 2011, como senador, ele conseguiu os recursos para o Linhão chegar até Roraima.
“Nós colocamos a ligação de Manaus até Boa Vista no plano nacional de energia. Então, foi um avanço porque nessa época, Roraima ainda recebia a energia da Venezuela”.
Conforme o Plano, a obra do Linhão chegaria até Manaus e, depois até Boa Vista. Em 2014, a obra até Manaus terminou. Contudo, o Linhão de Tucuruí não avançou até Boa Vista.
“Boa Vista receberia essa energia em 2016. Isso não aconteceu porque não teve acordo com os índios Waimiri-Atroari. A Funai atrasou nas negociações e, além disso, o próprio Ministério Público Federal atrasou o projeto. Assim, tudo parou”.
Romero Jucá lembrou do seu esforço para resolver essa questão. “Cobrei, briguei e no entanto, sem sucesso. Com o presidente Michel Temer, avançamos no diálogo e a comunidade chegou a dizer sim para a obra. Porém, mais uma vez, não se concluiu a proposta”.
Segundo Romero Jucá, o momento é de esperança porque a energia é muito importante para o futuro de Roraima. “Agradeço ao presidente Bolsonaro por manter sua posição. Mas, vou seguir cobrando para que o plano seja cumprido. E que assim, em dois anos e meio, o Linhão de Tucuruí chegue em Roraima”.
Linhão de Tucuruí: Energia confiável para Roraima
Primeiramente, é preciso entender o Linhão de Tucuruí. Desde 2009, a Venezuela vive um cenário de crise no setor elétrico que piorou nos últimos anos, prejudicando Roraima.
Desta forma, Roraima sofreu com os vários apagões. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2018 e 2020, foram 127 blecautes.
Apenas em 2018, foram 83 apagões. E a maioria no período eleitoral. Em contrapartida, em 2019, foram 37 apagões. E até novembro de 2020, só sete. Neste período, a energia já vinha das térmicas.
Portanto, esta fonte de energia resolveu o problema. Além disso, garantiu a energia para todo o Estado. Do contrário, Roraima não teria luz.
“Sem a energia de Guri e sem o Linhão de Tucuruí, Roraima corria risco de ficar no escuro. E isso só não aconteceu por causa das térmicas. Mas, os senadores que me atacaram e que falaram mentiras, depois de dois anos e quatro meses, não fizeram nada”.
Romero Jucá explicou ainda que as empresas de energia renovável que ganharam o leilão em 2019 também são termelétricas. Mesmo usando outras fontes, todas fazem a geração térmica.
“Sempre torci e trabalhei para que o Linhão de Tucuruí fosse feito. Não é porque não sou senador que não quero ver os outros senadores resolverem. O problema é que eles não têm prestígio. E nós queremos energia para Roraima”, disse.
Fake News da eleições 2018
Além de falar sobre o Linhão de Tucuruí para Roraima, Jucá lembrou as acusações que sofreu na campanha eleitoral de 2018. Ele classifica a questão como uma grande fake news.
“Nas eleições de 2018, eu fui acusado de atrapalhar o Linhão de Tucuruí. Foram muitas mentiras. Disseram que eu era dono da Boa Vista Energia e das termelétricas. Tudo isso foi muito forte e muita gente acreditou. Por isso, eu perdi a eleição por 420 votos”.
Para resolver a questão, Jucá pediu a criação da CPI da Energia na Assembleia Legislativa. Um dos pontos que o grupo ajudou a esclarecer é que ele não possui nenhuma relação com a Boa Vista Energia.
Do mesmo modo foi explicado que, apesar de ser uma fonte cara, o preço da geração térmica é pago por todos os brasileiros. Porém, outros pontos ainda precisam ser mais divulgados, como o valor da tarifa.
Muita gente acredita que Roraima paga a energia mais cara do Brasil, mas isso não procede. Para saber mais, é só acessar o Relatório de Ranking das Tarifas no site da ANEEL.