Os problemas em Alto Alegre são muitos, sobretudo em relação ao que o Governo de Roraima poderia resolver. Não há quem fique de fora. Do pequeno agricultor que quer levar comida à mesa das pessoas ao professor que tem a missão de preparar o novo futuro, o Estado, portanto, não está dando a devida atenção. São os moradores, inclusive, que apontam os problemas em Alto Alegre que estão dificultando a vida das pessoas.
A professora Elisângela Câmara, por exemplo, só quer poder fazer o seu trabalho. Ela mora na sede, contudo dá aulas em uma escola na região do Taiano. Falta, por exemplo, uma estrutura adequada, mais qualidade no ensino e até condições para ir a escola. Isso, sobretudo, por conta das condições ruins das estradas.
“A escola que eu dou aula não tem ventilador e nem ar- condicionado. Há vazamento e faz tempo que não tem uma reforma. Isso afeta a qualidade do ensino. O professor merece o mínimo de dignidade. Para piorar, eu moro na sede e dou aula na Vila do Taiano. A estrada que dá acesso não é boa. O meu carro já capotou. A ponte passou dois meses quebrada. Foram os próprios moradores que consertaram”.
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A fala de Elisângela foi, principalmente, durante o encontro do Vozes do Interior, que passou esses dias por Alto Alegre. Nele, acima de tudo a população responde a uma série de questões em uma pesquisa. Após o levantamento, o Vozes apresenta os dados aos moradores. Sendo assim, no final eles pedem a voz e falam dos problemas em Alto Alegre, último município que foi visitado.
Problemas em Alto Alegre na Educação
A fala de Elisângela acima de tudo confirma os problemas em Alto Alegre que são citados pelos moradores. Foram realizadas 1.740 visitas e 443 entrevistas. Nelas, principalmente, as pessoas responderam a questões que cabem ao Governo de Roraima. A maioria dos entrevistados, sobretudo, querem dias melhores. Querem viver cada dia melhor, o que não vem acontecendo.
Sobre o que é preciso mudar com urgência na educação, por exemplo, 24% dos entrevistados disseram que querem uma melhor qualidade de ensino. Nesse sentido, 22% falou que é preciso melhorar os prédios das escolas. Por outro lado, 19% quer um transporte escolar melhor. Outros 13%, sobretudo, quer mais professores e a mesma porcentagem também pede mais escolas. Sobre a merenda, sendo assim, 4% quer comer melhor e outros 4% pedem um material escolar melhor.
Agronegócio é um caminho, mas o pequeno está esquecido
O agronegócio é um dos bons caminhos para a geração de emprego e renda em Roraima. Porém, a agricultura é ampla. Vai do pequeno ao grande. E, é o pequeno que gera renda local, compra no comércio do município ou da vila. É, portanto, o ‘motor’ da economia. Nesse ramo, os problemas em Alto Alegre são vários. O Carlos Alberto Soares disse que quer muito junto com a família começar a produzir. Ele tem uma terra para trabalhar no município. Porém, se sente abandonado pelo Governo.
“O pequeno agricultor não tem espaço. Quando vamos atrás [Governo] não temos o retorno. Tentei várias vezes já. O Estado está falhando. Eu e minha família estamos tentando investir em aves e hortaliças”.
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A fala de Carlos Alberto confirma o que foi respondido nos questionários sobre os problemas em Alto Alegre. Cerca de 90% dos trabalhadores do campo da região se considera pequeno agricultor. Apenas 10% se acha médio. Grande, nenhum dos que foram entrevistados.
Outras questões que dificultam a vida do agricultor e toda a população da região são as condições das estradas. Quase 90% disse que as vicinais são ruins, enquanto em outra questão em torno de 80% afirmou que as pontes são péssimas. Além disso, 81% dos entrevistados falou que não tem título da terra.
Saber problemas para achar soluções
Os dados do Vozes do Interior foram apresentados por Teresa Surita nesta sexta- feira, 8, em Alto Alegre. A ideia é após o levantamento dos dados sobre as principais necessidades, fazer principalmente um plano de governo. Este, será registrado em cartório.
“A política muda a vida das pessoas para o mal ou para o bem. Para saber o que cada local precisa, é necessário ouvir dos moradores os principais problemas em Alto Alegre. São eles que sabem o que é mais urgente”.
Além da pré- candidata ao Governo de Roraima, Romero Jucá também esteve no Vozes do Interior. O pré- candidato ao Senado falou que para um Estado melhor, saber o que cada município precisa é fundamental. Além disso, o presidente do Time MDB RR fez uma comparação com a capital.
“O Vozes do Interior vai em cada município pra saber o que eles mais precisam. Muitos querem um Estado melhor e que cuide mais das pessoas. Muitos querem que o interior seja como a capital Boa Vista. É uma caminhada de esperança e de dignidade. Queremos mais jovens com esperança, o idoso com dignidade e a mulher com mais espaço”.