A tarde desta quinta-feira (4), foi decisiva para o futuro do Estado de Roraima. A capital, Boa Vista, recebeu a plenária do programa Rotas da Integração, que atende o Estado em duas propostas centrais, incluindo a ligação com a Guiana.
O programa Rotas da Integração é coordenado pela Ministra do Planejamento, Simone Tebet, que também é do MDB. Ela disse que a elaboração das cinco Rotas levou em consideração as sugestões feitas por cada Estado.
“Nós fizemos questão de conversar e de ouvir as sugestões de todos os secretários de planejamento e das pessoas com o PPA Participativo. Portanto, o que nós estamos mostramos hoje, é o fruto dessas sugestões. E o mais importante, é que são obras e ações que já estão dentro do PAC. Ou seja, elas já estão previstas no nosso orçamento”.
Conforme o Ministério, o programa conta com 124 projetos de interligação, atendendo a 11 estados fronteiriços em cinco rotas diferentes. No caso de Roraima, o Estado é atendido em duas rotas. Mas a principal delas é a que faz a ligação com a Guiana.
Rotas da Integração: a Guiana é o caminho para o desenvolvimento
Por sua vez, a ligação com a Guiana é uma pauta que o presidente do MDB RR, Romero Jucá, sempre defendeu. Ele lembrou que começou esse trabalho ainda em 2006, com tratativas dentro do próprio Governo Federal, além de encontros com os presidentes do país vizinho.
Na sua fala, ele também fez duas novas propostas para o Governo Federal. A primeira trata da possibilidade da compra de petróleo em troca do financiamento para a obra da estrada. A segunda, permitiria as ações de compra e venda de energia entre os dois países.
“Hoje, o mundo todo olha para a Guiana. Mas, eu já falava da importância desse país para o Brasil e especialmente, para Roraima há muitos anos. Com a estrada da Guiana, nós vamos ter um diferencial porque Roraima será o Estado do Brasil com a melhor logística para o agronegócio”.
O Estado de Roraima está na Rota de Integração 1, ou seja, a Rota das Ilhas da Guiana. Nesse projeto, o Ministério do Planejamento incluiu o apoio para infraestrutura de transportes, de energia e digital.
O programa também prevê apoio financeiro para os países vizinhos, através de organismos internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o BNDES.
Desenvolvimento econômico e social para Boa Vista
E conforme o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique, que também é do MDB, são esses os investimentos que vão ajudar no desenvolvimento econômico e social de Boa Vista. Hoje, a maior parte de toda a população do Estado mora na capital.
“Boa Vista tem quase 70% da população do nosso Estado. Então, saber que toda essa infraestrutura está chegando, mostra que a solução para os nossos problemas está vindo no momento certo”.
Por que a estrada da Guiana é importante?
Porque ela é o caminho mais curto para que os produtos locais cheguem a outros países. Hoje, grande parte do que Roraima exporta, sai via Manaus. A capital do Amazonas fica a 750 km de distância de Boa Vista. Por outro lado, a capital da Guiana, está a 679 km. E com outra vantagem: na beira do Oceano Atlântico.
Então, além de ser um caminho mais curto, a estrada amplia as chances da produção local chegar a novos mercados consumidores, como o do Caribe e da Europa, por exemplo.
O acordo inicial, que teve a participação direta de Romero Jucá, previa os investimentos para integrar as fontes de energia, a construção da estrada Linden- Lethem e do porto de águas profundas em Georgetown.
Em 2017, o Brasil assinou um acordo de cooperação técnica com o projeto de engenharia para a estrada Linden- Lethem. E o Banco do Desenvolvimento do Caribe (CDB) financiou US$ 190 milhões para o trecho de Linden a Mabura. Esta obra, portanto, já está em andamento.
Assim, com o programa Rotas, o Governo Federal quer apoiar a conclusão da obra, promovendo a integração entre os dois países. O que, conforme Romero Jucá, beneficia diretamente a economia de Roraima. “A estrada da Guiana muda a nossa economia. Ela muda a nossa logística e muda a geração de emprego e renda para o nosso Estado”.