Romero Jucá: conheça meu trabalho por Roraima

A unidade foi planejada para servir como hospital de retaguarda fazendo o atendimento a pacientes com covid-19. O funcionamento está atrasado há dois meses porque o Governo do Estado ainda não cumpriu com a sua parte.

O presidente do MDB de Roraima, Romero Jucá, usou suas redes sociais para manifestar preocupação com o quadro da pandemia do coronavírus em Roraima. Ele tem acompanhado as ações realizadas pelos diversos órgãos no esforço de combater a doença e lamentou que a desorganização do Governo do Estado esteja causando o atraso no início das atividades do Hospital de Campanha do Exército.

“O HGR colapsou. Estou acompanhando apreensivo as notícias compartilhadas pelas pessoas em grupos de WhatsApp. São parentes que não sabem o que fazer, porque não têm a garantia do atendimento para o seu familiar. As pessoas estão sendo internadas em cadeiras, nos corredores do HGR, esperando liberar um respirador ou uma vaga na UTI. Isso é desumano e não seria necessário se o Governo do Estado tivesse cumprido a sua parte para colocar em funcionamento o Hospital de Campanha. Cada dia de atraso significa mais risco para a vida das pessoas”.

O Governo do Estado já adiou a inauguração do Hospital de Campanha por quatro vezes. Esta semana, prorrogou o prazo de inscrição para o seletivo de profissionais de saúde, uma  de suas responsabilidades para o funcionamento da unidade. Porém, o seletivo também é alvo de denúncias.

“O governador (Antonio Denarium) se afundou em denúncias e escândalos de corrupção pelo mau uso do dinheiro que deveria ser aplicado exatamente para combater o coronavírus. É lamentável tudo isso. Exército e Prefeitura já cumpriram sua parte e agora, o Estado tem que fazer o mesmo”, disse.

Jucá fez ainda uma participação por telefone no programa Rádio Verdade, da 93 FM, para comentar a entrevista concedida pela prefeita Teresa Surita. O ex-senador criticou a fala de parlamentares que tratam os apelos feitos pela Prefeitura como disputa política e pediu atenção dos deputados e senadores para que eles colaborem mais com a gestão municipal.

“Essa cobrança não é disputa política. É uma preocupação real com a vida das pessoas. Vi vários deputados e senadores gravando vídeo, dizendo que é disputa política e pedindo união. Mas, fora o deputado Haroldo da Cathedral e a deputada Joênia Wapixana, nenhum dos outros que gravaram vídeo destinaram recursos para ajudar a Prefeitura de Boa Vista a enfrentar esse problema ou a realizar alguma obra este ano. Vale lembrar que Boa Vista concentra 70% da população total do Estado, portanto precisa de atenção especial”, afirmou.

O ex-senador lamentou que a população esteja sendo vítima da falta de organização e planejamento do Governo do Estado e demostrou apoio à sugestão de intervenção federal na saúde, proposta em documento assinado pelo atual secretário Olivan Junior, encaminhada ao governador Antônio Denarium.

“Eu concordo com a intervenção. Esse documento que o secretário apresentou escacara a condição que está a saúde estadual. São escândalos em compras superfaturadas para o covid e para outras ações, porque a CPI da Saúde por exemplo, foi instalada antes da pandemia. Tem muita coisa a ser investigada e explicada. Mas, já foi comprovado que o Governo do Estado não tinha condição de resolver o problema da segurança pública e a intervenção ajudou. Agora, também concordo que essa é uma solução para resolver a corrupção instalada na saúde estadual”.

O que é responsabilidade da Prefeitura:

Conforme as orientações do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Boa Vista ficou responsável por oferecer o atendimento de alta e média complexidade para pacientes infectados com covid-19 que tenham até 13 anos. Esse trabalho é feito prioritariamente, no Hospital da Criança Santo Antônio, única unidade pediátrica do Estado.

De acordo com a prefeita Teresa Surita, todas as medidas necessárias foram adotadas imediatamente no início da pandemia, incluindo melhorias no Hospital da Criança, contratação de profissionais e de leitos reservas no Hospital da Mulher.

Para as Unidades Básicas, o protocolo do Ministério da Saúde orienta que seja ofertado o teste rápido apenas para pacientes que estejam a mais de oito dias com os sintomas. Antes disso, o resultado pode ser inconsistente, acusando falso positivo ou negativo. O teste também é feito após avaliação médica.

Os teste rápidos são enviados pelo Ministério da Saúde para o Governo do Estado que distribui para os municípios. Teresa anunciou que entrou com ação judicial para que o Governo faça o repasse correto desse material que hoje, é insuficiente para a demanda registradas nas UBS.

A ação solicita o repasse imediato de 6.860 testes de Covid-19 e 13.700 comprimidos de cloroquina, para que o Município tenha condições de atender a demanda crescente nas UBS, considerando que 70% da população de Roraima está na capital.

Segundo a Prefeitura, o Estado de Roraima recebeu até o dia 19 de maio, através do Governo Federal, 17.600 testes de Covid-19, sendo repassados ao município de Boa Vista apenas 4.400”.

Recentemente, o Ministério da Saúde alterou o protocolo para a utilização da cloroquina no tratamento de pacientes. A Prefeitura de Boa Vista já solicitou, diretamente ao Ministério, o envio de mais comprimidos para atender a demanda de Boa Vista.

Em relação ao Hospital de Campanha, a Prefeitura contribuiu com a organização da infraestrutura básica executando serviços de pavimentação, urbanização, iluminação pública e terraplanagem.

O Município fez um processo seletivo para 111 técnicos de enfermagem e está chamando os profissionais de acordo com a solicitação do Exército e também disponibilizou20 leitos, sendo 18 clínicos e duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas, dois respiradores, suportes para soro, cilindros, biombos, cadeiras de coleta de sangue, cilindros, berços, medicamentos, insumos e outros materiais médico hospitalares.