Roraima é o único estado brasileiro que ainda não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e dependia da energia elétrica fornecida pela Venezuela. Quando essa energia foi interrompida, nós acionamos as quatro usinas do parque térmico do Estado. Em 2018, o acionamento das usinas custou R$ 597 milhões aos consumidores de todo o país. A solução para este grave problema é a construção do linhão do Tucuruí, que permitirá a integração do Estado de Roraima ao sistema elétrico nacional.
Mas o que é o linhão? É uma linha de transmissão com mais de 1.800 km de extensão, que ligará a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, a Manaus e Roraima. Levando energia elétrica limpa e de qualidade para a região, como também fibra ótica, que irá possibilitar o acesso à internet da população. Parte dessa ligação já está pronta há cinco anos, mas ainda faltam 600 km de Manaus até Boa Vista.
O Brasil vai deixar de gastar cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano com óleo diesel, que é altamente poluente, mas atualmente sustenta as termelétricas no Estado. A única forma de resolver esse problema, já que o governo não tem como arcar com as despesas da construção dessa obra, foi encontrar um parceiro privado que construísse o linhão.
Em 2012, coloquei no plano de investimento do Ministério de Minas e Energia cerca de R$1 bilhão de para o leilão de concessão desta obra, que deveria ter sido entregue em 2016, mas infelizmente está parada, o que afeta os materiais que já foram comprados. Fiz de tudo para que essa obra fosse iniciada, mas o impasse continua, tanto pela falta de empenho dos nossos representantes atuais, como pelo impasse com os índios Waimiri-Atroari.
Essa é a matriz energética que temos que solucionar. É um desafio, mas estamos atentos e vamos acompanhar, junto ao Governo Federal, as providências urgentes que precisam ser tomadas.