Falar de turismo no centro de Boa Vista é, sobretudo, lembrar do Parque do Rio Branco, cartão-postal da capital de Roraima. Se hoje o local tem um exuberante mirante, selvinha amazônica, área para caminhadas, entre outros espaços, no passado a região que era conhecida como Beiral, foi cenário de tristeza.
Antes de existir a nova referência de turismo no centro de Boa Vista, o Beiral era parte do cenário da região. Havia muitas famílias felizes e batalhadoras. Porém, o local sofria com o frenético tráfico de drogas a céu aberto. Além do mais, no inverno, era comum as enchentes. E, com ela, muitas famílias ficavam desabrigas e por muitas vezes tendo que morar em abrigos improvisados.
Turismo no Centro de Boa Vista pra quem já morou no Beiral
O Pedro França morou no Beiral e nesse sentido viveu de perto os problemas sociais da região. Ele tinha o desejo de ir morar em outro lugar porque não aguentava mais, em alguns momentos, abrir as portas de casa de dar de cara com situações desagradáveis. Nesse sentido, ele lembra muito bem como foi ontem e como é hoje. Inclusive, tem muito orgulho do novo cartão-postal de Boa Vista e gosta de visitar o local com a família.
“O crime era todo dia batendo na minha porta né? Era tanta prostituição e droga. A minha preocupação era sair daquele lugar. Eu tenho a minha esposa e os meus filhos. Eles estavam crescendo naquele lugar e eu me preocupava. Quando tinha enchente, era muita cobra e fezes. A gente tinha que usar a canoa como transporte. Hoje eu moro em um lugar melhor. E lá, agora é um parque onde vai a sociedade toda. É um cartão-postal, a cidade ficou bonita, a margem do rio ficou maravilhosa, Eu vou passear lá com a minha família e gosto muito”.
Como foi possível
Transformar a região do Beiral em uma área de turismo no Centro de Boa Vista era um desejo, portanto, antigo. Sendo assim, a Prefeitura de Boa Vista ao logo dos anos, na gestão de Teresa Surita, fez ações e obras em toda a região do centro. Primeiro, o local virou área de interesse social.
Após isso, sobretudo com os recursos de Romero Jucá, a Prefeitura construiu a primeira versão da Orla Taumanan em 2004. No entanto, ainda faltava algo. Havia, principalmente, o desejo de mudar a realidade da vida das pessoas do Beiral. Do mesmo modo, deixar o centro com mais atrações de lazer e turísticas. O sonho de Teresa era tão ousado, que ela nem tinha colocado no plano de governo da última gestão dela como prefeita. Foi, portanto, quando ela falou para o presidente regional do MDB.
“Um dia eu comentei com o Romero Jucá que eu tinha o sonho de transformar aquela região do Beiral. Então, ele comentou que se eu conseguisse tirar as famílias de lá para que elas tivessem uma vida melhor, ele conseguiria os recursos para a obra”.
De sonho para a realidade
Portanto, o sonho ganhou forma. A Prefeitura, desse modo, tirou do Beiral 350 famílias que moravam na região e pagou a indenização delas com os recursos próprios do Município. Para conseguir fazer a obra do Parque do Rio Branco, assim, Jucá conseguiu a verba federal e consolidou um processo que já vinha de anos, como diz o líder do Time MDB RR.
“A cidade de Boa Vista se desenvolveu de ‘costas’ para o Rio Branco. A Orla Taumanan e o Parque do Rio Branco fazem com que as pessoas contemplem o nosso rio no principal cartão-postal da capital. Mudou-se a antiga realidade de problemas sociais no centro para um local que é visitado por pessoas de Roraima e turistas”.